sábado, 6 de outubro de 2018

Shimigami, deus da morte, um louco está por vir





Está por vir, um louco está por vir.,
Shimigami, deus da morte, um louco está por vir



Agora, entre meu ser e o ser alheio, a linha de fronteira se rompeu

Aonde a pele preta possa incomodar
Um litro de Pinho Sol pra um preto rodar
Pegar tuberculose na cadeia faz chorar
Aqui a lei dá exemplo: mais um preto pra matar
Colei num mercadinho dum bairro que se diz pá
Só foi meu pai encostar pros radin tudin inflamar
Meu coroa é folgado das Barra do Ceará
Tem um lirismo bom lá, louco pra trabaiar
Num toque de tela, um mundo à sua mão
E no porão da alma, uma escada pra solidão
Via satélite, via satélite
15% é Google, o resto é deep web
Na guerra do tráfico, perdemo vários ente
Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente
Está por vir, um louco está por vir
Shimigami, deus da morte, um louco está por vir
Véio, preto, cabelo crespo
Made in Favela é aforismo pra respeito
Mondubim, Messejana, Grajaú, aqui é sem fama
Nos ensinamentos de Oxalá, isso é bacana
Na porta do cursinho, sim, docim de campana
LSD, me envolver, tem a manha
Diz que é contra o tráfico e adora todas as crianças
Só te vejo na biqueira, o ativista da semana

La La Land é o caralho, SP é Glorialândia

Novo herói da Disney é Craquinho, da Cracolândia
Máfia é máfia e o argumento é mandar grana
Em pleno carnaval, fazer nevar em Copacabana
1 por rancor, 2 por dinheiro
3 por dinheiro, 4 por dinheiro
5 por ódio, 6 por desespero
7 pra quebrar a tua cabeça num bueiro
Enquanto isso a elite aplaude seus heróis
Pacote de Seven Boys

Nem Pablo Escobar, nem Pablo Neruda

Já faz tempo que São Paulo borda a morte na minha nuca
A pauta dessa mesa coroné manda anotar
Esse ano tem massacre pior que de Carajá
Ponto 40 rasga aço de arrombar
Só não mata mais que a frieza do teu olhar
Feito rosa de sal topázio, és minha flecha de cravo
Um coração que cai rasgado nas duna do Ceará
Albert Camus, Dalai Lama
A nós ração humana, Spock, pinça vulcana
Clarice já disse, o verbo é falha e a discrepância
É que o diamante de Miami vem com sangue de Ruanda
Poder economicon, cocaine no helicopteron
Salário de um professor: microscópicon
Papiro de papel próprio, letra com sangue no olho de Hórus
É que a industria da desgraça pro governo é um bom negócio
Vende mais remédio, vende mais consórcio
Vende até a mãe, dependendo do negócio
Montesquieu padece, lotearam a sua fé
Rap não é um prato onde cê estica o que cê quer
É a caspa do capeta, é o medo que alimenta a besta
Se três poder virar balcão, governo vira biqueira
Olhe, essa é a máquina de matar pobre

No Brasil, quem tem opinião, morre

5 comentários :

Indignaldo Silva disse...

Muito bom. Veio a calhar.

Only Good Song disse...


E não é. Parecem chipanzés, que escolhem como líder aquele que demonstrar maior violência.

Indignaldo Silva disse...

Triste verdade. Como se os assaltos fossem acabar no dia 2 de janeiro de 2019. Como se o grande problema do país não fosse essa tremenda desigualdade social.

Only Good Song disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Only Good Song disse...

O cara não é fazendeiro e nem pecuarista
Não vive de renda e precisa trabalhar
Não paga salário, recebe
E pensa que a solução tá no candidato do Patrão

Chimpanzés, Não!
Jumentos.
E os das piores espécies
daqueles que se acham mais esperto do que nós